sábado, 4 de outubro de 2014

Instinto maternal...ou a falta dele!

     Sempre disse que iria ser mãe aos 30, mas conforme se aproximava essa idade sentia que se calhar não era bem assim.... Como professora fui encontrando ao longo dos anos todo o tipo de personalidades infantis e juvenis... Tive excelentes alunos empenhados, "queridos e fofos" que me levaram a amar a minha profissão.... e depois tive alunos a fazer-me "peito" e a querer dar-me uns tabefes...e devo dizer que esses me levaram a questionar...não a profissão mas a vontade de ser mãe. Para mim os miúdos são o reflexo dos pais e acredito piamente que os pais deveriam ser responsablizados pelas asneiras que os filhos fazem na escola... E por isso pensei durante algum tempo que não tinha o que seria necessário para educar uma criança...os meus pais para mim são super-heróis e eu simplesmente não tinha o que era preciso. A paciência, o espírito de sacrifício, as escolhas, a abnegação.... seria demais para mim.
No Verão do ano em que fiz 30, tive a notícia de que seria muito difícil engravidar naturalmente e que teria que fazer tratamentos se quisesse ter filhos. Aí tive a certeza de que a maternidade não era mesmo para mim. Não me chocou muito nem me preocupou. Não sentia que tivesse instinto maternal... os bebés não me levavam a fazer aquelas figurinhas que os adultos normalmente fazem e quando presenciava uma birra pensava sempre que "uma palmada na altura certa" era remédio santo...

Entretanto muito mudou... então parece que afinal eu conseguia engravidar naturalmente ( já que sou actualmente mãe de duas divas...) e pelo que dizem até nem me tenho saído nada mal. A Mila tem 3 anos e é uma criança alegre, curiosa, enérgica... muito teimosa também. A Lola com pouco mais de uma mês ainda está na fase do "come e dorme". Tenho duas princesas que amo incondicionalmente acima de qualquer coisa e por quem dava a vida sem hesitar. Mas ainda assim tenho noção que o tal "instinto maternal" nunca apareceu. Eu não sabia (e muitas vezes ainda não sei) como ser mãe e são elas que me estão a ensinar. É uma aventura épica efectivamente. Todos os dias descubro novas alegrias...e também novas asneiras...e definitivamente novos limites à minha paciência! Mas acima de tudo novas formas de encontrar amor...seja num beijo e num xi-coração apertado da Mila quando a vou buscar ao infantário, seja nos olhos lindos da Lola quando acorda e os fixa em mim... Love you babies!


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